Por iniciativa do senhor Benjamim Massa, surgiu a ideia de formar a Confraria do Leite dos Açores, conjuntamente com as seguintes instituições: Junta de Freguesia de Arrifes, Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, UNILEITE e Associação de Jovens Agricultores Micaelenses.
A Confraria do Leite dos Açores foi constituída a 28 de Junho de 2011,tendo por finalidade promover a produção e o hábito do consumo de leite, enquanto produto essencial ao desenvolvimento de qualquer ser humano. A confraria consubstancia-se numa Associação Cultural, sem fins lucrativos, baseada num estatuto e or associados, admitidos nos termos da sua estrutura orgânica.
O seu traje cerimonial é inspirado no lavrador Arrifense, onde a capa representa a forma como em dias de chuva e frio se abrigavam no campo, com um capote de fardo oleado, dando assim origem a um “poncho” castanho claro, debruado a verde (das pastagens), e por um chapéu de feltro, na mesma cor, semelhante ao usado por estes em dias de cerimónia.
Como insígnia decorativa, e de certo valor etnográfico, uma pequena lata de leite, representa os primeiros passos dados no sector leiteiro na nossa Região, assim como o botão que prende a capa, uma pequena estaca de madeira que prendia o gado à corrente na pastagem.
Assim se pretende valorizar a nossa gente que trabalha diariamente no campo e todos aqueles que de certa forma estão ligados a este sector da nossa economia, sendo a nossa freguesia um importante pilar.
Devido a dificuldades na venda de leite, o Sr. Raúl Moreira Mendonça decidiu em 1948 fundar a Cooperativa Agrícola do Bom Pastor com o objetivo de trabalhar produtos lácteos. Seis anos depois, devido às dificuldades para entrar no mercado e dadas as pequenas quantidades elaboradas, decidiu criar também a UNILEITE em conjunto com mais algumas cooperativas. Aos poucos, a Cooperativa Agrícola do Bom Pastor foi tomando uma posição menos ativa na UNILEITE, participando apenas nas Assembleias Geral, até que em 1974 organizou uma greve de leite e passou a organizar as direções para esta nova cooperativa.
Em 1985, a Bom Pastor entra na comercialização dos fatores de produção e dois anos depois inaugura o armazém que ainda hoje se situa anexo à UNILEITE. Em 1991, a UNILEITE passou por uma crise financeira e, como não podia pagar aos seus associados, a direção decidiu abandonar o cargo e, assim, a Bom Pastor assumiu a direção da mesma. Aos poucos, ambas as instituições foram crescendo até que em 2000 a UNILEITE mudou‐se para as suas instalações atuais, cedidas pela Bom Pastor.
Em 2003, a Bom Pastor mudou‐se para as atuais instalações, na continuidade de um projeto da direção anterior, que tinha como objetivo dinamizar a cooperativa e não ficar somente nos fatores de produção tradicionais (adubos e rações), e assim surgiu o Entreposto Agrorural, com a prestação de serviços, o auto-serviço, o café e o auditório, inaugurados em 2005.
Atualmente, dispõem de 392 associados com poder deliberativo num total de, aproximadamente, 600 associados. O seu volume de negócios em 2007 ultrapassou os 7 milhões de euros de vendas nos fatores de produção e um total de 22 milhões considerando as vendas de leite entregues na UNILEITE, representando os seus associados 66% de todo o leite recolhido pela UNILEITE.
Pode dizer-se, que as origens do Centro de Bovinicultura da Ilha de S. Miguel remontam ao ano de 1927, quando os Serviços Pecuários da ex-Junta Geral do distrito de Ponta Delgada, através do seu Posto Zootécnico, importaram dos E.U.A., da Carnation Milk Farms, duas novilhas e um touro da raça Holstein Frisian – Carnation Piebe Segis, Burton Avon Queen pontiac e carnation Prospector Echo.
No ano seguinte (1928), foram importados da Holanda duas novilhas da raça Frisia – Yunkje II e Biermas Jantje V.
Foi este o núcleo inicial da manada dos Serviços Oficiais.
Outras importações entretanto se seguiram, até ao ano de 1970.
O principal objectivo da constituição desta manada, foi o de se produzirem reprodutores masculinos de qualidade que, em regime de empréstimo a produtores individuais ou distribuídos em postos de cobrição em vários pontos da Ilha de S. Miguel, tendo em atenção as características muito próprias da exploração do bovino leiteiro em S. Miguel.
Durante os primeiros tempos, a manada mantém-se instalada no antigo Posto Zootécnico, à rua Coronel Chaves, com área de pastoreio na Quinta de S. Gonçalo, actual sede dos serviços de Desenvolvimento Agrário de S. Miguel.
Em meados da década de 1950, em virtude da exiguidade das instalações existentes limitativa da acção dos Serviços e do facto de se encontrarem numa zona cada vez mais urbana, a Junta Geral do Distrito arrendou a propriedade das “Arribanas”, para onde transferiu todo o sector bovino do “Posto Zootécnico”. Esta propriedade acabou por ser adquirida e nela se construíram as actuais instalações do Centro de Bovinicultura, inauguradas em 1966.
O Centro de Bovinicultura tornou-se assim no suporte genético do gado bovino leiteiro de S. Miguel. Rapidamente foi conseguida a uniformização do efectivo, cujo potencial produtivo foi sempre capaz de dar resposta às solicitações que lhe foram sendo postas.
Com o aparecimento e desenvolvimento da técnica da Inseminação Artificial uma nova página se abriu na história do Centro. Para além das funções que já desempenhava, o Centro passou também a actuar como “filtro” na introdução de material genético, estudando o comportamento das linhas introduzidas através daquela tecnologia e seleccionando as que melhor satisfaziam as particularidades da exploração da vaca leiteira em S. Miguel. Numa região onde se pretende valorizar ao máximo a erva através do pastoreio directo, e tendo em conta a orografia da ilha, não basta aumentar o potencial produtivo das vacas; torna-se fundamental ter em atenção outras características dos animais que lhes permitam satisfazer aquele objectivo com eficiência.
Mais recentemente (em 1979), dando resposta a uma solicitação cada vez maior por parte da lavoura, montou-se o Centro de Inseminação Artificial que, nos ultimos anos, tem estendido a sua acção a outras ilhas da Região.
À acção do Centro de Bovi nicultura e dos Serviços que o precederam, ficou a dever-se a qualidade hoje existente no efectivo bovino leiteiro de S. Miguel. Mais de 1200 reprodutores passaram nas suas instalações.
Em Outubro de 1997, passou o Centro de Bovinicultura, em regime de cedência temporária a ser gerido pela Associação dos Jovens Agricultores Micaelenses, que aumentaram o efectivo de 35 para 75 vacas leiteiras, com o objectivo de entre outros, disponibilizar à lavoura micaelense novilhas de alta qualidade genética.
A Unileite – União das Cooperativas Agrícolas de Laticínios da Ilha de São Miguel, UCRL, é fundada em 1954 e incorpora na sua matriz, os valores do cooperativismo, sendo criada pelos produtores de leite, que num ambiente de gestão democrática, tentam prosseguir a valorização do leite que produzem.
A Unileite iniciou a sua atividade na primeira unidade fabril, instalada na cidade de Ponta Delgada, tendo deslocalizado a sua estrutura para a maior bacia leiteira dos Açores, nas Arribanas - Arrifes, no ano de 2000. Incorpora mais de 700 produtores de leite e mais de 200 colaboradores, recebendo e transformando mais de 180 milhões litros de leite natureza, em leite UHT para consumo, queijo, manteiga e natas. Os seus produtos têm a sua origem num ambiente natural, onde as vacas nascem e crescem, permanecendo toda a sua vida nos pastos, ao ar livre, e beneficiando da excelente erva que o clima açoriano garante durante todo o ano. É dirigida por um Conselho de Administração, eleito pelos cooperantes para mandatos de 4 anos. A sua missão cumpre-se em cada dia, ao receber todo o leite dos seus produtores, transformando-o e colocando-o no mercado, gerando riqueza que fica nos Açores, garantindo o modo de vida das nossas gentes.
A Unileite desenvolve a sua atividade segundo os padrões da moderna gestão, possuindo um Sistema Integrado de Gestão suportado pelos referenciais de certificação de gestão de segurança alimentar (Food Safety System Certification 22000) e gestão ambiental (ISO 14401).
O SNIRA (Sistema Nacional de Informação e Registo Animal) encontra-se instalado na Freguesia de Arrifes, após negociações com o Secretário Regional da Agricultura e Florestas, que abraçou este projeto, e desejo da comunidade agrícola.
Trata-se de um serviço de proximidade que estabelece a regulamentação relativa à identificação, registo e circulação de animais de diversas espécies, o que origina um ganho de tempo e de recursos para os produtores e agricultores, evitando a sua deslocação frequente a Ponta Delgada.
A instalação do SNIRA foi possível com a colaboração e parceria da Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, que cedeu o espaço e respetivo recurso profissional.
A Junta de Freguesia de Arrifes desde o ano de 2014 até 2020 tem sido uma das vencedoras do concurso “Eco Freguesia, Freguesia Limpa”. Com a atribuição deste prémio anual, que consiste num certificado e numa bandeira, o Governo Regional pretende distinguir o esforço da autarquia, em colaboração com a população, nas áreas de limpeza, remoção e destino final dos resíduos no espaço público da sua localidade.
Assim, a título simbólico, todos os anos é hasteada a bandeira do referido Concurso.